Os profissionais estão cada vez mais optando por lugares com priorização humanitária
Toda empresa existe para gerar lucro. Essa é uma verdade inegável e não é um problema, de forma alguma. Mas toda empresa também está inserida em uma sociedade e o trabalho é um dos pontos centrais na vida de todos nós. Portanto, não dá para olhar apenas para um fator e ignorar o mais importante: toda empresa é feita de pessoas. A humanização do trabalho é uma exigência cada vez mais comum entre os profissionais e é feita com total razão.
Já passamos da hora de tratar nossos empregos de forma mais saudável, fornecendo qualidade de vida nos ambientes em que as pessoas passam a maior parte de seus dias.
Quando se cria uma cultura focada em humanização, isso se estende também aos líderes, fornecedores e clientes. Humanizar é uma decisão ampla e envolve todos os setores. Devem existir propósitos em comum para todos, com uma liderança consciente e preparada para garantir que os valores sejam mantidos o tempo inteiro. Por exemplo, quando o respeito às diferenças é entendido como fundamental, todas as relações na empresa serão baseadas em respeito — caso contrário, haverá punições.
Os benefícios dessa mudança já vêm sendo observados nas empresas que adotam o modelo de gestão humanizado. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Capitalismo Consciente em conjunto com a USP de São Carlos, em 2019, apontou que os negócios que promovem projetos de bem-estar social geram duas vezes mais rentabilidade. Isso acontece porque há um aumento fenomenal em dois aspectos: engajamento dos colaboradores (225%) e fidelidade dos clientes (240%).
Contudo, a mesma pesquisa revelou que apenas 1,9% das empresas avaliadas se encaixavam nesse contexto. É seguro imaginar que o percentual pode ter aumentado durante os últimos anos de pandemia, em que reavaliamos muito sobre nosso modo de viver e trabalhar, mas ainda é uma quantidade bem abaixo do ideal.
Para os gestores que pretendem participar dessa mudança cultural, em primeiro lugar, eu digo parabéns! Precisamos de mais líderes com vontade e potencial de mudar. Em segundo lugar, eu recomendo estudar e, principalmente, escutar os colaboradores antes de implementar novidades.
Um dos princípios da humanização do trabalho é dar espaço para que todos os interessados expressem suas opiniões, necessidades e desejos. Com essas informações, fica muito mais fácil entender o que alterar e o que já está indo bem.
Considere os quatro maiores princípios das empresas humanizadas, de acordo com o livro-referência no assunto, “Empresas Humanizadas – Pessoas, Propósito, Performance”: Propósito (qual impacto sua empresa quer causar no mundo?); Orientação para Stakeholders (suas estratégias de negócio têm as pessoas como foco?); Liderança Consciente (os líderes promovem o desenvolvimento pessoal e profissional de seus liderados?); Cultura Consciente (os valores da empresa são aplicados na prática?).
As respostas para essas perguntas fornecem a base para a humanização da sua empresa. Em seguida, é preciso conversar bastante, oferecer iniciativas que impulsionem os valores da organização, e garantir sempre um espaço de evolução. Afinal, assim como as pessoas, uma empresa humanizada não deve ficar parada no tempo: deve errar, corrigir, acertar, crescer e aprender. Não há nada mais humano.
*Daniela Gebara, sócia fundadora e diretora comercial da agência full digital Rocky.Monks, empresa da Media.Monks. A agência foi premiada recentemente pelo Google Premier Partner Awards, sendo considerada a que melhor realiza captação de leads na América Latina.
Fonte: ADNews