Novo parque tecnológico da companhia tem laboratórios e equipamentos de última geração para ampliar pesquisas de ingredientes da biodiversidade brasileira e impulsionar o desenvolvimento de produtos disruptivos.
Para expandir sua capacidade tecnológica e aprofundar seus estudos de ingredientes naturais com foco na biodiversidade brasileira, a Natura inaugurou nesta terça-feira, 24, seu centro de inovação, localizado em Cajamar, São Paulo. A companhia apresentou seu novo parque tecnológico em um tour virtual, em evento online que contou com executivos da empresa, jornalistas, cientistas, formadores de opinião e autoridades governamentais, como o governador de São Paulo, João Doria, e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes.
Com um investimento de R$ 35 milhões em infraestrutura, o local, com 2.900 metros quadrados de área construída, possui laboratórios e equipamentos distribuídos por quatro andares conectados por uma torre de armazenagem. No centro, os pesquisadores da empresa serão capazes de manejar mais de dois mil exemplares ao mesmo tempo, causando uma redução do tempo de prototipagem e uma otimização de fluxos de trabalho. Além disso, o centro conta com a tecnologia plug and play, que permite ao espaço readequar diferentes configurações de maneira imediata, com bancadas móveis e infraestrutura aérea.
Segundo Roseli Mello, head global de P&D da Natura, esses novos laboratórios e infraestruturas da companhia permitem que todos os processos e resultados da empresa estejam conectados. “Conseguimos através de inteligência artificial ganhar bastante velocidade em todas as nossas pesquisas. Nesses novos espaços também tivemos uma otimização de fluxos tanto de pessoas quanto de matérias primas, o que favorece uma redução do nosso tempo de desenvolvimento de produtos”, complementa.
Em relação às estruturas de Pesquisa e Inovação que a Natura já tinha antes, Andrea Alvares, vice-presidente de marca, inovação, internacionalização e sustentabilidade da companhia, afirma que houve uma mudança principalmente de infraestrutura. “Muda fundamentalmente a infraestrutura disponível para que possamos dar mais potência para as linhas de ciência e tecnologia que já vínhamos desenvolvendo e abre espaço para novas avenidas de tecnologia de ponta, com processos de pesquisa que ainda são muito incipientes”, reforça.
Inovação aberta
Além de novos laboratórios e equipamentos, o conceito de inovação aberta é um dos norteadores do projeto do centro, que, a partir de agora, expande o potencial de cocriação de fórmulas e embalagens, assim como testes de protótipos. Com isso, seu segundo andar conta com o Maker Lab e salas para realização de encontros e hackatons, que permitirá a consultoras e consumidores participar in loco de processos de elaboração, amadurecimento e aperfeiçoamento de protótipos.RELACIONADONatura e The Body Shop investem em logística reversa“O centro eleva a nossa capacidade de infraestrutura, interação com outras instituições, seja no ecossistema de startups, academia, consumidores e consultoras, porque o espaço também permite uma experimentação de produtos, salas sensoriais e equipamentos de ponta, que trazem potência para o que já temos e abrem avenidas para novas linhas de pesquisa e técnicas”, explica Andrea. A executiva ainda relembra que a empresa já atua com inovação aberta há cerca de 20 anos em colaboração com uma rede de parceiros globais.
Ativos naturais
Os dois últimos andares do centro abrigam equipamentos de última geração para conhecer em profundidade a vocação dos ativos e os processos da natureza, suas estratégias e soluções para transformar o conhecimento em ciência aplicada aos produtos. O quarto andar, que já havia sido inaugurado em 2019, foi totalmente readaptado para evitar o contágio durante a pandemia. Com isso, empresa reduziu a circulação diária de pesquisadores, intensificou a limpeza e reforçou o uso de EPIs, visto que os sistemas nativos de filtração de ar e pressão negativa dos ambientes deram maior segurança às equipes.
Nesses espaços ocorre o desenvolvimento de novos ingredientes naturais, cujo processo começa com a bioprospecção na floresta e o estabelecimento da cadeia produtiva sustentável das espécies selecionadas, passando por processos de extração que seguem os princípios da química verde, até chegar à comprovação pré-clínica dos ingredientes ativos nestes laboratórios, usando pele 3D, por exemplo.
Atualmente, o valor aplicado pela empresa em inovação, todos os anos, é de cerca de 2,4% de sua receita líquida. Em 2019, foram lançados 330 produtos, porém, Andrea explica que a inauguração do centro não pretende aumentar o número de produtos lançados por ano, mas sim ter produtos mais inovadores e disruptivos. Ainda em 2019, a participação da venda de produtos lançados nos últimos 24 meses sobre a receita bruta total do ano da Natura alcançou 58,4%.
“A ideia é que sigamos nessa direção, mantendo esse patamar de participação de inovação em nossa receita, mas, sim, estamos trabalhando na natureza das inovações que estamos colocando no mercado”, comenta a vice-presidente de marca, inovação, internacionalização e sustentabilidade da companhia, afirmando que esses sãos KPIs da empresa, assim como a geração de impacto positivo e a redução do tempo de resposta às necessidades do mercado.
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