Qual o preço de uma ideia? Essa é a resposta do milhão. Considerando, principalmente, que ela pode durar para sempre, ou apenas alguns segundos, mas só é possível saber o seu desdobramento quando nos arriscamos e pagamos para ver. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 5,5% dos brasileiros trabalham nas indústrias criativas, esse mercado representa 2,6% do PIB nacional e inclui arquitetura, artes, propaganda e marketing, mídia e publicações, jogos de computador e outros trabalhos essenciais.
Estamos inseridos em uma indústria construída em cima de produtos palpáveis, bens de consumo não duráveis e feitos em larga escala, que valoriza o menor preço. Quando se trata de uma ideia, estamos falando de um valor agregado muito maior. A indústria criativa cresce porque entendemos que algo que tem uma história e um significado pode ser trabalhado a ponto de ser competitivo.
Um quadro, logomarca ou uma história bem contada, por exemplo, podem possuir algo que vai além do preço, trata-se do valor que ele pode vir a ter, que pode durar por gerações. O que fazemos para fechar a conta de quanto tudo isso vale não está ligado diretamente a venda do produto que foi gerado, mas tudo aquilo que foi feito para chegar até ali. Trabalho, suor e criação tendem a ficar nos bastidores e, infelizmente, às vezes são desvalorizados por muitos contratantes.
Um bom indicador é entender como a solução apresentada resolve de forma estratégica o que foi pedido pelo solicitante. Afinal, uma ideia é somente uma ideia se não for aplicável, prática e funcional. Outra métrica é entender o mercado como um todo, com isso, conseguimos saber qual a força da nossa sugestão, se ela é durável e original. Além disso, já dizem os sábios ‘tempo é dinheiro’, não é mesmo? Ele deve ser considerado pensando não somente nos momentos investidos na execução em si, mas também o período gasto na preparação para conseguir realizar a tarefa com qualidade.
Uma ideia fraca ou mal executada gera resultados não esperados, foge do controle de todos. Pensando no relacionamento com o público final, muitas vezes isso é gritante e pode gerar uma experiência negativa para o consumidor, que também pode durar por gerações e, até mesmo, destruir a reputação da empresa. Ou pode ser imperceptível, mas ainda assim, afeta fortemente a relação entre executores e solicitante, o que pode desencadear realinhamentos dolorosos.
Muito se fala sobre criatividade e inspiração, mas sempre ligadas a ‘genialidade’, a algo quase que divino. Ambas existem, são reais sim, mas exigem muito trabalho! Nada mais são do que o tempo investido de forma correta, com análise, observação, curiosidade, referências e pesquisas, que também precisam ser valorizadas. O processo de criação está ligado a resolver problemas de formas inovadoras, diferentes, e isso todos nós, independente da área de atuação, somos capazes de fazer.
Uma boa ideia leva luz ao ordinário, faz girar uma economia mais atenta a diferentes possibilidades. Uma solução criativa causa aquele sorrisinho de canto de boca que você dá quando vê algo que te surpreende, é uma experiência marcante.
Por Marília Gersely, formada em Publicidade e Propaganda e Pós-Graduada em Produção e Tecnologia Gráfica, pelas Universidades de Taubaté e Anhembi-Morumbi – respectivamente, iniciou a sua carreira há 15 anos no Departamento de Marketing da IFF Essências e Aromas Ltda – indústria multinacional, líder na fabricação de essências e aromas para a indústria alimentícia e de cosméticos – onde atendeu contas como a Nestlé, Coca-Cola, Arcor, Unilever, Pepsico, O Boticário e Natura. Em 2011, foi contratada pela Alta Comunicazione como Diretora de Arte, atendendo clientes como a Cargill, Bunge, Mondial, Casa Affonso e Habiarte Ribeirão Preto/SP. Chegou na MCM Brand Group – em 2015 – como Diretora de Arte, mas logo conquistou o seu tão almejado cargo de Diretora de Criação, atendendo contas como IBM Brasil, BASF, Unilever, L’Occitane, Dell Anno, entre outras. Gersely é apaixonada por tudo o que envolve novidade, cores, cheiros e lugares.