A startup Destinus, com sede na Suíça, está desenvolvendo um avião que promete encurtar, e muito, viagens pelo mundo. Para se ter uma ideia, a empresa afirma que sua aeronave hipersônica conseguirá fazer um voo entre São Paulo, no Brasil, e Xangai, na China, em 4 horas e 15 minutos. Hoje, uma viagem entre essas duas cidades leva 22 horas — dependendo do trajeto.
A façanha seria possível por meio de uma tecnologia que permite que a aeronave voe a mais de cinco vezes a velocidade do som, com o uso do hidrogênio como combustível. A empresa diz que o feito não compromete o custo, a versatilidade ou o ruído produzido pela aeronave a versatilidade ou o ruído produzido pela aeronave.
Como é o avião?
Segundo a rede de TV CNN, a Destinus já desenvolveu dois protótipos que fizeram testes bem-sucedidos. Um terceiro protótipo deve fazer seu voo inaugural até o final do ano. Martina Löfqvist, gerente de desenvolvimento da startup, afirmou à emissora que a estratégia é produzir drones em menor escala e, depois, aumentar o tamanho para produzir aeronaves maiores.
O design reutiliza um formato desenvolvido em 1950, mas nunca utilizado, chamado de wavedriver. A pintura do avião é inspirada nos Alpes, uma referência à origem da startup. “O objetivo é fazer com que a aeronave voe em cima de ondas de choque geradas por ela mesma. É um formato muito eficiente, usando menos combustível para voar porque você tem menos resistência com o ar”, explicou Löfqvist, à CNN.
O protótipo tem cerca de 10 metros de comprimento. A expectativa é de que, em 2024, a companhia já tenha conseguido fazer um voo supersônico movido a hidrogênio.
Hidrogênio como combustível
Em seu site, a Destinus afirma que seus aviões combinam as mais avançadas tecnologias aeroespaciais. As longas distâncias em alta velocidades seriam possíveis por meio do uso do hidrogênio como combustível.
O hidrogênio, explica a empresa, pode ser produzido a partir da água por meio do processo de eletrólise, usando energias renováveis. O combustível também é melhor para o meio ambiente, já que, quando é queimado, produz calor e água.
A Destinus diz, ainda, que o gasto para a produção do hidrogênio está diminuindo, o que deve ajudar a diminuir o custo dos voos.
Quando o avião estará disponível?
Em seu site, a Destinus diz que a aeronave pode ser adquirida por qualquer empresa aérea. A startup afirma que o avião pode ser utilizado em aeroportos convencionais.
Mas ainda deve demorar um pouco para a aeronave estar, de fato, disponível para o mercado.
Para 2030, a previsão é de que a Destinus esteja apta a lançar um avião de pequena escala, para cerca de 25 passageiros, que será voltado a clientes da área de negócios.
Em 2040, a startup espera ter uma versão em escala para múltiplas classes de passageiros, inclusive a econômica.
Fonte: UOL