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Geração Alfa: por que as marcas precisam se voltar para essa geração?

Report da WGSN Mindset e de Meio & Mensagem levanta informações sobre a relevância da Geração Alfa e se comporta como uma espécie de guia para que marcas criem ações a longo prazo a partir do presente

Neste mês, o Meio & Mensagem apresentou o report “O Fenômeno Alfa”, criado pela WGSN Mindset, braço de consultoria da WGSN, sobre a geração Alfa. A pesquisa se propõe a reunir dados significativos sobre essa faixa etária – dos nascidos a partir de 2010. Essa será a maior geração da humanidade em 2025, com 2,5 bilhões de Alfas em todo o mundo. Estima-se que, atualmente, 2,8 milhões de Alfas nasçam semanalmente.

“A lógica geracional parte de um lugar de quais são as tecnologias e contextos que aquela determinada geração cresce e se desenvolve, e isso vai dizer respeito a como ela se relaciona com o mundo”, explica Vitor Coelho, consultor sênior da WGSN Mindset. “Ainda que estejamos falando de uma geração específica, falamos de todo um comportamento de sociedade”, diz.

A importância do conhecimento sobre este grupo se dá no longo prazo, uma vez que boa parte das empresas pensa no desenvolvimento de produtos a longo prazo – período em que os Alfas começarão a se tornar economicamente ativos.

“Existem marcas desenvolvendo produtos que serão lançados no mercado em 2027. Se serão lançados em 2027, é preciso olhar para os Alfas. Ainda que estejamos falando de uma geração específica, falamos de todo um comportamento de sociedade”, acrescenta. Dados da Bloomberg mostram que os Alfas já possuem um poder de compra anual de U$S 360 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhões, na cotação atual)”, afirma Vitor.

Metodologia

A elaboração do documento contou com reports da própria WGSN sobre a geração Alfa, além de um questionário com a base de executivos assinantes do Meio & Mensagem e entrevistas com profissionais de marketing da Kraft Heinz Brasil, AliExpress e Kenvue. Foram utilizados, ainda, benchmarks e fontes secundárias.

A pesquisa realizada com 63 executivos, líderes de marketing dos principais anunciantes do País indica que 46% deles conhecem bastante sobre a geração e que 52% conhecem médio ou pouco. Mais da metade (58%) ainda não considera os Alfas em suas estratégias. Apenas 42% afirmam estar atentos para o fato e só 11% das marcas consideram o target como muito importante estrategicamente.

Para Gastón Stochyk, vice-presidente de data e serviços integrados da Kids Corp, o resultado se dá por diferentes fatores. “O primeiro é por conta de que antes não era fácil entender, conseguir obter dados e conversar com as empresas se estão se atentando a todas as normas”, afirma. Entre os clientes da Kids Corp estão nomes como Disney e Universal Pictures.

Recentemente, a empresa criou a Kids Corp University. Com o objetivo de educar profissionais da indústria na abordagem do público abaixo dos 18 anos, o programa teve melhor aderência entre agências publicitárias do que entre anunciantes. Até o final de setembro, a universidade contava com mais de 400 alunos do Brasil.

Geração Z ou Alfa?

Facilmente confundidas e associadas, as gerações Z e alfa nascem em contextos semelhantes. A infância da geração Z se baseia em um contexto de digitalização limitada, o que lhes conferiu o título de “nativos digitais”, os Alfas são registrados digitalmente, bem como estão se desenvolvendo em um contexto de chegada do 5G. Além disso, um fato determinante para moldar seu perfil é o cenário pandêmico e pós-pandêmico – que tem impactos diversos de acordo com a faixa etária em que atravessaram o período.

Além disso, a sustentabilidade para os Alfas deve vir representada pelo “walk the talk”, nas palavras de Coelho. A expressão é usada quando palavras são transformadas em ações. Um dado do report mostra que 81% dos pais da Geração Alfa (em sua maioria Millennials) afirmam que os filhos já influenciaram em suas decisões de consumo. Isso faz com que se tornem mais conscientes ambientalmente.

“Ao compartilhar conhecimento, nós queremos estimular o consumo consciente e convidar os consumidores a refletirem sobre inovação em prol de uma cadeia produtiva mais sustentável”, esclarece Marcela De Masi, diretora executiva de branding e comunicação do Grupo Boticário. Ela se refere à plataforma “Beleza Transparente”. O espaço reúne conteúdos sobre o universo químico e científico da cadeia de produção do mercado de beleza.

Outras características

A WGSN Mindset baseou seu trabalho em seis grandes territórios: tecnologia; diversidade, equidade e inclusão; meio ambiente; estética; alimentação e educação. A consultoria fez a seleção a partir da perspectiva de que esses são os temas que já têm uma certa importância para a indústria.

Em beleza, por exemplo, algumas das características dos Alfas são a busca por uma beleza mais real e produtos capazes de se adaptar a estilos de vida imprevisíveis. Além disso, querem formatos que tornem as rotinas diárias mais leves. Também ganham destaque os avatares, por sua diversidade visual em ambientes digitais. Eles potencializam uma nova estética e reforçam conceitos como o da equidade e inclusão. Relacionam-se também com a ascensão da Web 3.0, avatar economy, metaverso e outras tecnologias do tipo.

Já na educação, a tecnologia ganha força entre a geração Alfa. Diversão, entretenimento e acessibilidade são algumas das apostas do grupo para esse segmento. “A tecnologia também tornou possível o uso de multimídia e gamificação na educação, o que é uma característica do DNA do Duolingo”, detalha Analigia Martins, diretora de marketing do Duolingo no Brasil. A executiva também aponta que a digitalização permite uma abordagem mais personalizada e adaptativa à educação.

Fonte: M&M

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