Redes de idiomas como CNA, Cultura Inglesa e Wizard by Pearson, revelam suas estratégias para manter a saúde dos negócios
Assim como diversos outros setores, a educação também foi impactada pela pandemia. O ensino, que sempre foi uma atividade predominantemente presencial, teve que ser transferido para o online e os alunos e instituições tiveram que se adaptar a esse novo modelo de aprendizagem. Mais de um ano após o início da pandemia, escolas de idiomas de modelo tradicionalmente presenciais, como CNA, Cultura Inglesa e Wizard by Pearson, já se consideram completamente ajustadas e integradas a um novo modelo de aulas e de negócios os que é essencialmente híbrido.
Poucos dias após ser decretada a pandemia, todas essas instituições começaram a se movimentar para tentar manter seus negócios. “Em dez dias conseguimos implementar o CNA Live Class, que é o nosso formato de aula online, que tem a mesma metodologia, mesmo livro, mesma aula, só que dada à distância”, comenta Luciana Fortuna, diretora de marketing, comercial e comunicação do CNA. Além disso, a rede também conta com o CNA Go, uma plataforma 100% online.
Em cerca de dias, a Wizard by Pearson também desenvolveu uma plataforma 100% digital de aprendizagem, chamada Wizard On. “Já tínhamos um ecossistema híbrido. As atividades de casa, por exemplo, já eram feitas dentro do app, toda a parte de conversação já era feita com inteligência artificial. Só que esse modelo não funcionava na pandemia”, revela o vice-presidente de produtos educacionais da companhia, Juliano Costa. Para o VP, uma educação digital precisa de um ambiente completamente online. “Basicamente virtualizamos a escola, inclusive chamamos o conceito de virtual school. Hoje, quase toda a rede está em modelo híbrido, com uma parte dos alunos na sala e uma parte em casa, usando o mesmo ambiente digital”, reforça.
Um pouco diferente das outras escolas, a rede Cultura Inglesa já tinha uma plataforma gamificada sendo desenvolvida. Porém, com a pandemia, teve que adiantar seu lançamento. “Conseguimos antecipar e criamos uma série de outras atividades de entretenimento, que antes eram síncronas e que passaram a ser assíncronas, como o programa Culture+”, afirma Flávia Zulzke, head de marketing, comunicação, growth e inteligência de mercado da rede.
Fortalecendo o digital
Com as mudanças nas estratégias de ensino, as escolas de idiomas também tiveram que alterar suas estratégias de marketing tanto para manter os alunos já matriculados quanto para atrair novos estudantes. Basicamente, as redes intensificaram suas ações digitais. Luciana Fortuna, do CNA, revela que antes da pandemia a companhia destinava 35% de sua verba para o digital e com a pandemia isso passou para 50%. “Trabalhamos a imagem de marca via influenciadores, podcasts, atividades nas redes sociais, e depois fomos para performance, para atrair e gerar cadastros”, complementa.
“Tivemos que remodelar o marketing para aquela lógica do brinde na escola, do outdoor na cidade, do panfleto no semáforo, da promoção no shopping”, comenta Juliano Costa, vice-presidente de produtos educacionais da Wizard. Logo, a empresa passou a investir nos jogos do Campeonato Brasileiro e em ações com influenciadores digitais, como Bruno Gagliasso, Babu Santana e Giovanna Ewbank.
Ao mudar de agência, da Isobar para Artplan, no fim do ano passado, a Cultura Inglesa também fortificou a sua presença do digital, com ações com influenciadores. A companhia fechou uma parceria com a atriz Larissa Manoela, que se tornou aluna da rede. Além disso, a rede, que já vinha promovendo campeonatos de League of Legends, passou a promover torneios de Fortnite para alunos e não alunos. “Tanto o campeonato de Fortnite quanto essa onda de influenciadores são coisas que temos feito para dar uma apimentada nas campanhas regulares”, explica Flávia Zulzke, head de marketing, comunicação, growth e inteligência de mercado da rede. Para atrair ainda mais alunos, a escola também fechou uma parceria com a Globoplay, na qual ao se matricular, o aluno ganha um mês grátis na plataforma de streaming da Globo.
**Crédito da imagem de topo: Golubovy/istock
Fonte: m&m